"Estou ansioso por regressar ao meu país e ver o que se está a passar e como nos podemos organizar para sair da situação atual". Muhammad Yunus, que esteve em Paris como conselheiro e embaixador dos Jogos Olímpicos, parte para o Bangladesh com a felicidade espelhada no rosto.
Ainda antes de embarcar para a tomada de posse, o recém nomeado primeiro-ministro interino do Bangladesh apelou à calma aos manifestantes. Num comunicado, pediu para se evitarem todos os tipos de violência.
Conhecido como "o banqueiro dos pobres", Muhammad Yunus ajudou a retirar milhões de pessoas da pobreza e por isso recebeu o Nobel da Paz em 2006.
De regresso ao Bangladesh, terá grandes desafios pela frente, como o relançamento da economia e devolver a tranquilidade às ruas.
O que está a acontecer?
As violentas manifestações estudantis das últimas semanas causaram uma enorme instabilidade no país e, pior que isso, mais de 400 mortes.
Em causa estão novas regras para o emprego sob os comandos de uma primeira-ministra autoritária e que esteve 15 anos no poder. Cada vez mais pressionada, Sheikh Hasina demitiu-se e fugiu para a India.
O Presidente acedeu ao pedido dos manifestantes estudantis e dissolveu o Parlamento. Yunus, o nome preferido dos protestantes, aceitou ser o chefe do Governo interino.
Eleições em breve
Espera-se que haja eleições nos próximos três meses, com a ONU e os Estados Unidos a pedirem um processo democrático.
O novo chefe da polícia veio pedir desculpa pela desordem nas ruas e admitiu que houve uso excessivo da força por parte das autoridades, prometendo uma investigação imparcial aos protestos.