Uma em cada cinco crianças, em todo o mundo, está exposta aos perigos do aumento da temperatura global, o que representa um total de quinhentos milhões de crianças. A maioria vive sem condições que as protejam das consequências das alterações climáticas.
Segundo os dados das Nações Unidas, em apenas 60 anos, duplicaram os dias de calor extremo no planeta. Ou seja, em apenas duas gerações, o mundo tem o dobro de dias com temperaturas acima dos 35 graus celsius. E as crianças estão entre os mais vulneráveis aos perigos destas alterações climáticas.
A UNICEF diz que uma em cada cinco crianças vive em zonas cada vez mais quentes. São quase 500 milhões, sendo que a maioria não tem condições para se proteger.
O calor afeta as crianças de várias formas. A saúde, obviamente, mas também as rotinas diárias, o bem estar, a qualidade da alimentação e o acesso a água potável.
As temperaturas muito altas são também propícias à propagação de doenças, como a malária e o dengue.
Além disso, os corpos das crianças aquecem mais rapidamente e arrefecem mais lentamente. O calor extremo é especialmente arriscado para os bebés que têm um ritmo cardíaco mais rápido.
É em África que a situação é mais dramática, com quase 40% de todas as crianças, que vivem no Centro e Oeste do continente africano, expostas a temperaturas muito altas, durante longos períodos. Nalguns países, chegam aos 200 dias por ano, sempre acima dos 35 graus.
Mas o problema afeta também os mais novos nos Estados Unidos e na Europa, onde há cada vez mais ondas de calor.
A UNICEF diz que o aumento da temperatura global é mais um dos muitos fatores que realçam as desigualdades sociais e económicas das crianças.
As que vivem em agregados familiares mais pobres, têm menos recursos para se protegerem das consequências diretas, e indiretas, do calor.