A construção de uma “gigafábrica” da Tesla na região de Brandemburgo, na Alemanha, resultou no abate de cerca de 500 mil árvores. Imagens de satélite mostram o ‘antes e depois’ de um desenvolvimento que tem sido altamente controverso.
Na análise a estas imagens de satélite, a empresa de informação ambiental Kayrros concluiu que foram destruídos 239 hectares de floresta em cerca de três anos, entre março de 2020 e maio de 2023, o equivalente ao abate de aproximadamente 500 mil árvores.
Produzir carros elétricos, mas a que custo?
Ao jornal britânico The Guardian, Antoine Halff, analista-chefe na Kayrros, afirma que esta destruição de floresta deve ser “relativizada”. O especialista argumenta que há benefícios em substituir automóveis a combustão por veículos elétricos.
“A fábrica da Tesla na Alemanha levou a um grande abate de árvores. É claro que isso tem de ser relativizado, tendo em conta os benefícios da substituição dos automóveis com motor de combustão interna por veículos elétricos”, disse.
Antoine Halff explica que o abate das cerca de 500 mil árvores equivale a “cerca de 13 mil toneladas de CO2”, o mesmo nível emitido - em média - por cerca de 2.800 carros a combustão num ano nos Estados Unidos.
“Trata-se de uma fração do número de automóveis elétricos que a Tesla produz e vende todos os trimestres”, afirmou. “Há sempre necessidade de fazer compromissos, mas é preciso estar ciente de quais são os termos desses compromissos”.
Em julho, Brandemburgo deu luz verde para que a Tesla expanda a produção para um milhão de veículos elétricos anualmente, mas a construção desta “gigafábrica” da empresa de Elon Musk está envolta em polémica.
Ativistas climáticos têm protestado contra a expansão da fábrica, acampando nas imediações da zona de construção. Karolina Drzewo, do movimento "Turn Off Tesla's Tap", lamentou a destruição de “demasiada natureza” numa das regiões “mais secas da Alemanha”.
“A expansão [da fábrica] e, por consequência, mais destruição da floresta, deve ser travada”, afirmou ao The Guardian.