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Procuradoria-geral da Venezuela pede prisão do opositor de Nicolás Maduro

Em causa está um site da oposição que terá publicado resultados detalhados sobre as eleições presidenciais do passado mês de julho. Recentemente, a Divisão eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela validou a reeleição de Nicólas Maduro.

Procuradoria-geral da Venezuela pede prisão do opositor de Nicolás Maduro
Cristian Hernandez

A Procuradoria-Geral da Venezuela solicitou, na segunda-feira, um mandado de prisão para Edmundo González por alegados crimes associados às denuncias de fraude eleitoral. O líder da oposição venezuelana não terá respondido a três intimações para testemunhar sobre um site da oposição que publicou resultados detalhados da disputada eleição presidencial do país.

O antichavista também é acusado de "incitamento à desobediência às leis", "conspiração", "sabotagem para danificar sistemas e associações [para cometer um crime]", de acordo com um documento da procuradoria.

O mesmo site está a ser investigado por "usurpar a função" da autoridade eleitoral ao afirmar ter carregado "83,5% dos registos eleitorais" recolhidos por testemunhas e membros da mesa na noite eleitoral.

A oposição liderada por Edmundo González, vários países ocidentais e as Nações Unidas consideram que as eleições não foram transparentes.

Os resultados divulgados pela oposição confirmavam a derrota de Nicólas Maduro e a vitória de Edmundo González com quase 70% dos votos. No entanto, a Divisão eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela validou a reeleição de Maduro.

Além de Edmundo González e do site da oposição, as investigações criminais iniciadas pelo procurador-geral, Tarek William Saab, tinham também como alvo Maria Corina Machado.

Para Edmundo González, o procurador-geral "tem-se comportado repetidamente como um acusador político", já que "condena antecipadamente e agora promove uma intimação sem garantias de independência e do devido processo".

Com Lusa