As imagens são de 2017 mas continuam bem presentes na memória de muitos. Era madrugada do dia 14 de Junho quando as chamas começaram num apartamento do quarto andar. Incontrolado e incontrolável, o fogo alastrou rapidamente e às três da manhã já quase todos os pisos superiores estavam em chamas. Morreram 72 pessoas naquela que ficou conhecida como uma das maiores tragédias a história moderna do Reino Unido.
Quatro famílias portuguesas viviam na torre Grenfell
Luana Gomes tinha 12 anos aquando do fogo da torre londrina. Desmaiou nas escadas do prédio enquanto fugia e foi salva por um bombeiro. Muitos dos seus amigos e vizinhos não tiveram a mesma sorte.
A jovem, que ficou um mês em coma, também perdeu o irmão que estava quase a nascer. O bebé Logan Gomes não sobreviveu ao fumo tóxico inalado pela mãe e foi a vítima mais nova do fogo de Grenfell.
Na torre Grenfell vivam quatro famílias de origem portuguesa e Luana Gomes faz parte de uma delas. Um mês depois do incêndio, os seus pais e outros vizinhos portugueses descreveram à SIC, os momentos de terror vividos na torre do inferno.
Inês Alves é luso-britânica e também ela faz parte de uma família portuguesa que vivia na torre. Em plena fuga das chamas agarrou nos livros da escola porque na manhã seguinte tinha um exame.
SNS do Reino Unido inundado com pedidos de ajuda
Depois do incêndio, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) do Reino Unido foi inundado com pedidos de ajuda de crianças e jovens traumatizados. Para conseguir dar resposta foi criada uma unidade local que, nos últimos sete anos, já ajudou mais de 1000 pessoas.
Um ano antes do incêndio, cerca de 10 milhões de euros foram gastos na remodelação e embelezamento do edifício. Foi colocado um novo revestimento exterior cuja composição química terá contribuído para o alastrar das chamas.
Esta quarta-feira é publicado o relatório final do inquérito ao fogo da Torre Grenfell. Sete anos depois, os sobreviventes esperam que finalmente se faça justiça.
O tempo passou, a torre lá continua e o seu futuro permanece incerto. Mas a memória da tragédia é garantida.