Vladimir Putin discursou esta manhã no Fórum Económico Oriental, na Rússia. É um fórum destinado a incentivar o investimento estrangeiro, mas desta vez o discurso de Putin foi muito virado para dentro, diz José Milhazes.
Putin utiliza estes discursos para mandar algumas mensagens para fora, mas"só no período de perguntas e respostas é que falou que os Estados Unidos estão a provocar a renúncia de outros países ao dólar e sublinhou também que os países do Sul, que a Rússia quer que sejam os seus apoiantes, já possuem 50% do PIB mundial. A Rússia aposta muito neste tipo de cooperação com estes países", segundo Milhazes.
A parte internacional foi deixada ao porta-voz de Putin numa entrevista ao jornal que "reafirmou que a Rússia ataca apenas alvos militares (...). Insiste que a Rússia irá continuar a operação especial até cumprir todos os objetivos, nomeadamente a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. Afirma que o poder de Zelensky é ilegítimo. (...) Acusa o Ocidente de não querer dialogar com a Rússia, que os ucranianos têm que resolver a questão da legitimidade das suas próprias autoridades".
"Aqui, uma novidade que é um passo em frente que é a possibilidade que Peskov levantou de que a Índia poderá ser o intermediário no processo de paz. Ele diz que a Índia tem boas relações com os Estados Unidos, com a Ucrânia e que por isso pode ter um papel de facto importante, no entanto, Peskov sublinhou que a Índia ainda não tomou decisão face a esta questão, mas ela poderá ter pernas para andar, visto que a Ucrânia estava a pensar que a nova reunião sobre a paz na Ucrânia iria ser na precisamente Índia".
Drones atravessaram a fronteira da Bielorrússia
Falta saber a quem pertence o drone: os Ucranianos afirmam que os drones que caem na Bielorrússia são drone os russos que atravessam o espaço aéreo ucraniano e neste caso, foram abatidos pela aviação Bielorrússia.
"Isto é importante porque a Bielorrússia tem uma fronteira enorme com a Ucrânia na parte norte do país. E, como sabemos, o ditador bielorrusso é um servo do ditador Putin, e por isso não se podem excluir a possibilidade de o Presidente bielorrusso, Lukashenko, decidir juntar-se à Rússia na invasão da Ucrânia".
Mas Lukashenko deve "pensar mil vezes antes de cortar o tecido", diz Milhazes.