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"O mundo está a descarrilar”: ONU aprova pacto para o futuro, mas questões mais difíceis ficam de fora

O secretário-geral António Guterres lembra a ameaça que representam as divisões geopolíticas, posturas nucleares e dos teatros de guerra. Defende que é preciso tomar “decisões difíceis”, que o mundo volte “a entrar nos eixos”.

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A Cimeira do Futuro, organizada pelas Nações Unidas, está a decorrer em Nova Iorque, com chefes de Estado e de Governo de dezenas de países. Apesar de terem conseguido aprovar um pacto para o futuro, continuam por resolver as questões mais difíceis, como a pobreza, as guerras e as dificuldades criadas pelas alterações climáticas.

O pacto é o resultado de nove meses de negociações, com a mediação da Organização das Nações Unidas (ONU). Engloba vários acordos, que vão desde decisões sobre o desarmamento nuclear, a questões sobre a inteligência artificial, e o mundo que os líderes querem deixar para os mais novos.

Mas, apesar dos consensos nesta Cimeira do Futuro, organizada pela ONU, há ainda problemas muito graves por resolver.

“Convoquei esta cimeira porque os desafios do século XXI exigem soluções do século XXI. Enquadramentos que sejam redes, que sejam inclusivos e que recorram aos conhecimentos de toda a humanidade. Convoquei esta cimeira porque o nosso mundo está a descarrilar e precisamos de decisões difíceis para voltar a entrar nos eixos”, declarou António Guterres, secretário-geral da ONU.

O líder das Nações Unidos foi muito claro, sobretudo sobre a violência que continua a matar milhares de pessoas em todo o mundo.

“Os conflitos estão a alastrar e a multiplicar-se, do Médio Oriente à Ucrânia e ao Sudão, sem fim à vista. O nosso sistema de segurança coletiva está ameaçado por divisões geopolíticas, posturas nucleares e o desenvolvimento de novas armas e teatros de guerra. Recursos que poderiam trazer oportunidades e esperança são investidos em morte e destruição”, criticou António Guterres.

A Cimeira do Futuro antecede a 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que aconteceesta semana em Nova Iorque. Portugal vai estar representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.