Na Nigéria, a situação humanitária continua crítica depois das cheias de há 10 dias terem devastado parte do nordeste do país. As águas começam a recuar mas há mais de um milhão de desalojados que não sabem para onde ir.
É na cidade de Maiduguri que se concentram agora milhares e milhares de pessoas que perderam tudo nas cheias.
Os camiões com alimentos começaram a chegar ao gigantesco acampamento improvisado mas os sacos de arroz e as caixas de massa têm um custo pesado. O governo local só os entrega a quem se compromete a voltar a casa.
Isa Musa estava em Maiduguri há uma semana mas foi obrigado a regressar à aldeia onde vivia. As águas já recuaram mas ficou a devastação.
Num conjunto de casas vivia toda a família de Isa. A mulher, os dois filhos, os pais, os irmãos, os sobrinhos. São mais de 20 pessoas que agora têm de dormir entre escombros enquanto esperam a prometida ajuda do governo.
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O governo do estado de Borno tem-se mostrado incapaz de prestar ajuda aos desalojados, que são já mais de um milhão, mas nega as ordens de expulsão do campo de Maiduguri.
Informações contraditórias numa região onde nada funciona. Não há eletricidade, a água potável escasseia e hospitais e escolas estão encerrados.
As autoridades já confirmaram a morte de perto de 300 pessoas nas piores cheias dos últimos 30 anos.
Mas a Nigéria não foi o único país afetado. As chuvas torrenciais devastaram vários estados da África Central e Oriental fizeram mais de mil mortos e quase quatro milhões de desalojados.