Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de cerca de 8 mil milhões de dólares (cerca de 7 mil milhões de euros), dos quais 2.4 mil milhões estão destinados ao reforço do sistema de segurança ucraniano. O valor vai permitir comprar armamento a várias empresas, em vez de recorrer apenas ao stock norte-americano. O reforço foi anunciado esta quinta-feira no encontro entre Joe Biden e o Presidente ucraniano na Casa Branca. Zelensky agradeceu a ajuda e disse que será um impulso para a Ucrânia vencer a guerra.
Uma ajuda essencial para a Ucrânia, para reforçar a sua capacidade no campo de batalha, como disse Joe Biden, sublinha Ricardo Alexandre. "Importante também o compromisso político no longo prazo de apoiar as candidaturas da Ucrânia quer à NATO quer à União Europeia".
"No entanto, esta passagem de Zelensky por Washington e por Nova Iorque fica com um certo sabor agridoce porque não vimos em nenhuma declaração, quer de Joe Biden, quer de Kamala Harris, a indicação de que a Ucrânia vai poder usar armas de longo alcance em território russo e era e é isso que Zelensky mais quer nesta altura, mas não ouvimos qualquer referência".
Ricardo Alexandre refere que "Kamala Harris conseguiu separar as águas em relação a Donald Trump, dizendo que a Ucrânia não deve fazer concessões territoriais, que é isso que Donald Trump se prepara para propor a Zelensky no encontro de hoje na Trump Tower, em Nova Iorque."
"Não falou naquilo que Zelensky mais quer, há muito tempo, que é luz verde para que o equipamento bélico que os Estados Unidos já fizeram chegar à Ucrânia, que possa ser usado de uma forma mais sistemática no tereno".
Impasse no cessar-fogo no Médio Oriente
Há um impasse quanto ao pedido de cessar-fogo, depois de Netanyahu ter dito que não pararia os ataques, diz agora que o assunto está em avaliação, as pressões internas podem condicionar as tréguas.
"Não é apenas por vocação própria que Benjamin Netanyahu tem insistido na retórica mais belicista e em continuar a ofensiva em Gaza e agora entrar pelo Líbano (...) também pelas pressões que tem internamente, no seu próprio governo, nomeadamente pelo Ministro da Segurança Nacional ou pelo Ministro das Finanças".
Além da pressão interna, há a pressão externa: "os Estados Unidos não estão nada confortáveis com o facto de Israel estar a preparar uma nova invasão terrestre de um país vizinho e, portanto, Netanyahu está sem dúvida a ser bastante pressionado para negociações e para não fazer desta forma a guerra".
Uma invasão terrestre seria "uma tragédia para o Líbano e um reforço do isolamento internacional de Israel, que parece estar cada vez mais isolado do ponto de vista internacional".