O governo da Malásia expulsou mais de 500 pessoas de uma comunidade conhecida como "nómadas do mar". As autoridades demoliram e queimaram várias casas na sequência de uma operação contra migrantes e para combater o crime transfronteiriço.
Num parque marinho da Malásia, na ilha de Bornéu, restam, agora, os vestígios de várias palafitas, construções erguidas sobre estacas de madeira, que eram o lar de mais de 500 pessoas. Há quatro meses, na sequência de uma operação contra crimes transfronteiriços, as autoridades demoliram e até incendiaram aquilo que descrevem como estruturas ilegais.
Um dos habitantes, Robin, conta que só teve tempo de pegar nos filhos e fugir de barco. Sem documentos e sem teto, ficaram centenas de famílias de uma comunidade indígena conhecida como nómadas do mar, os Bajau Laut, um povo que vive em barcos e cabanas nas águas que cercam as Filipinas, a Malásia e a Indonésia, mas que, aos olhos das autoridades, são simplesmente migrantes sem documentos.
As autoridades têm o poder de agir contra atividades ilegais, como pesca, construção de estruturas e agricultura não permitida em áreas protegidas como esta no estado de Sabah.
Nos últimos anos, a Malásia intensificou a fiscalização contra a migração ilegal e, desde maio de 2020, deteve cerca de 45.000 pessoas não documentadas.