O objetivo de Vladimir Putin é claro. Mostrar ao mundo que, apesar das sanções ocidentais, e do mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, não está isolado e tem dezenas de aliados. O presidente russo é o anfitrião da cimeira anual dos BRICS, em Kazan, a capital da República do Tartaristão, a 800 quilómetros de Moscovo.
Os BRICS são o grupo que, originalmente começou por reunir o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul, mas que já se expandiu para o Egito, o Irão, os Emirados Árabes Unidos e a Etiópia. E há dezenas de outras nações a querem juntar-se, o que pode vir a dar aos BRICS um peso considerável em termos económicos e políticos.
Para já, em Kazan vão estar 20 líderes mundiais e centenas de ministros e delegados. O presidente brasileiro, Lula da Silva teve de ficar em Brasília e vai participar por videoconferência, por motivos de saúde.
Vladimir Putin, entretanto, anunciou importantes encontros bilaterais, durante os dias da cimeira. Uma dessas reuniões, diz Moscovo, vai ser com o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, na quinta-feira, o que já provocou críticas por parte do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A acontecer será a primeira reunião entre Guterres e Putin, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Nos outros encontros, o objetivo do Kremlin é garantir acordos que permitam expandir a economia russa, limitada neste momento pelas sanções impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
A China, a Índia e o Irão, são parceiros muito importantes para Moscovo. Nova Deli é um dos maiores compradores de matérias primas russas e Pequim e Teerão fornecem produtos, fabricados para uso civil, mas que, na verdade, são essenciais na guerra na Ucrânia, como os drones, por exemplo.
A Cimeira dos BRICS dura até à próxima quinta feira.