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EUA: "Esta é a eleição mais renhida dos últimos 64 anos, desde Kennedy e Nixon em 1960"

A duas semanas das eleições nos Estados Unidos, Germano Almeida destaca a imprevisibilidade do resultado desta votação. O comentador da SIC aborda também os últimos desenvolvimento da guerra no Médio Oriente e a cimeira dos BRICS, que começa esta terça-feira na Rússia.

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Faltam precisamente duas semanas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos. Kamala Harris e Donald Trump continuam praticamente empatados em sete estados decisivos. "Falar de sondagens é muito arriscadas, as sondagens são muito contraditórias", diz Germano Almeida e refere dados relativos ao voto antecipado, que são mais "um sinal que mostra que Kamala está a desempenhar um pouco abaixo do que desempenhou Biden há quatro anos".

"As eleições americanas têm sido bastante disputadas, mas é a eleição mais renhida dos últimos 64 anos desde Kennedy Nixon em 1960. Só para termos uma ideia, por esta altura, a duas semanas de eleições, Biden tinha cerca de 8 pontos de avanço. Neste momento, as sondagens dão uma diferença de 1-1,5 de vantagem a Kamala no voto popular, que como sabemos ao nível do colégio eleitoral, está longe de garantir a vitória à democrata", explica.

- Decisão América

Blinken no Médio Oriente pela 11ª vez deste 7 de outubro de 2023

Sobre um possível acordo no Médio Oriente após a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas, o comentador da SIC afirma:

"Acho que não, sinceramente acho. Acho que o momento é tão, tão difícil e tão complexo que não me parece que ainda seja desta vez. Israel está na iminência de fazer um grande ataque ao Irão. Espero que pelo menos não seja enquanto Blinken esteja em território Israelita, isso seria um total comprometimento de Israel em relação aos Estados Unidos".

"Perante esse ataque ao Irão, que pelas pelas últimas indicações será com uma dimensão ainda maior do que aos dias se pensava na sequência do ataque à casa de Netanyahu, em que os Israelitas acusam o Irão de estar também envolvido e não apenas o Hezbollah. Naturalmente que as coisas vão acabar por agravar e as poucas condições que haveria para um eventual cessar-fogo para Gaza e para o Líbano vão eventualmente reduzir-se", sublinha.

Germano Almeida acrescenta que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken poderá, no entanto, aproveitar o impasse que a morte de Sinwar deixou na liderança do Hamas.

Guterres reúne-se com Putin após Cimeira dos BRICS

O secretário-geral da ONU, António Guterres, vai encontrar-se com Putin, na quinta-feira. A reunião será depois da Cimeira dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia), que começa esta terça-feira na Rússia.

"A partir de hoje até quinta-feira, vamos assistir em casa na Rússia, a mais um momento da emergência da ordem autocrática, porque Putin faz a agressão à Ucrânia, com a ajuda da Coreia do Norte, com cerca de 10.000 unidades norte-coreanas que em território russo vão tentar expulsar os ucranianos. Enquanto isso acontece, Putin tem condições diplomáticas e políticas para receber o secretário-geral da ONU, António Guterres, em solo russo, o líder da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro Modi", realça Germano Almeida.

O comentador da SIC considera que a visita de Guterres à Rússia "é um risco grande" e acrescenta: "Espero que nos possa surpreender porque não estou a ver aquilo que ele possa beneficiar".