Centenas de médicos saíram esta terça-feira à rua na capital moçambicana para pedir o fim da violência policial e o respeito pelos direitos humanos, no país. Foi a primeira vez, desde o início dos protestos, que a polícia não carregou sobre os manifestantes, fazendo vítimas.
O ministro moçambicano da Defesa admitiu que houve excessos por parte das forças de segurança, mas sustentou que a polícia se limitou a reagir à ação dos manifestantes. Declarações que se seguiram às críticas feitas pela Ordem dos Advogados que condenou a violência policial e lembrou que as manifestações correspondem ao exercício de direitos fundamentais.
Os protestos em Moçambique contestam os resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro.
Duas semanas depois, a Comissão Nacional de Eleições anunciou a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder há 50 anos.
Os resultados, que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional, foram contestados por toda a oposição. Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique, que ficou em segundo lugar,
apelou a uma paralisação geral em todos os setores e manifestações durante uma semana, a partir de 31 de outubro, e uma grande marcha na capital do país, dia 7 de novembro.
Milhares de pessoas deixaram já as províncias de origem e estão a encaminhar-se para Maputo, para um protesto que poderá ser monumental.