Os estafetas da Glovo, em Espanha, vão deixar de trabalhar de forma independente e passar a ter contrato de trabalho. A Glovo Portugal já veio dizer que não vai seguir o exemplo espanhol.
A Glovo é uma das maiores empresas de entregas ao domicílio. E no país vizinho, onde lidera este mercado, deve mais de 200 milhões de euros, em contribuições à Segurança Social que não foram pagas nos últimos anos, relativamente aos estafetas que a Justiça considera que trabalhavam numa situação de "falsos recibos verdes".
O CEO, Oscar Pierre, está até a ser investigado por alegados crimes contra os direitos dos trabalhadores.
Esta segunda-feira, a empresa catalã anunciou uma mudança do modelo de trabalho, passando a dar contrato a todos os estafetas, que até aqui trabalhavam de forma independente. O governo espanhol vê a decisão como uma vitória.
Em comunicado, a Glovo Portugal esclarece que não vai fazer o mesmo. Lembra que em relação aos casos abertos pela Autoridade para as Condições do Trabalho, os tribunais têm decidido que a relação entre as plataformas e os estafetas não se traduz em contratos de trabalho.
A decisão em Espanha surge três anos depois de entrar em vigor uma lei que obriga as plataformas digitais a darem contratos de trabalho aos colaboradores e que não tem estado a ser cumprida pela Glovo.