Os rebeldes jihadistas conquistaram a terceira cidade da Síria, esta sexta-feira, e cortaram a ligação de Damasco ao mar. O regime de Bashar al-Assad fala em retirada estratégica.
De madrugada, um caça russo bombardeou a ponte Rastan, o principal acesso a Homs. Com a ajuda da aliada Rússia, que mantém quatro bases militares no país, o regime de Bashar al-Assad tentou impedir o avanço dos jihadistas rebeldes sobre a terceira maior cidade da Síria.
Mas ao nascer do dia, os combatentes da Hayat Tahrir al-Sham controlavam já toda a região. Cortaram o acesso por estrada da capital Damasco ao Mar Mediterrâneo.
Em Hama, a noite foi também de celebrações. Na quarta cidade síria, os populares derrubaram a estátua do ditador Hafez al-Assad, o pai do atual presidente e responsável pelo massacre de 1982 que reprimiu a primeira revolta contra o regime.
Lançada a 27 de novembro, a ofensiva relâmpago surpreendeu as tropas governamentais, mas o ministro da Defesa recusa falar em derrota.
No vizinho Iraque, reuniram-se já, esta sexta-feira, os chefes da diplomacia do Irão e da Síria. Teerão acusa os Estados Unidos e Israel de quererem mudar o mapa da região, e prometeu enviar mais armamento e conselheiros militares para Damasco.
Os combates alastraram, entretanto, ao Norte, dominado pelas forças curdas apoiadas pelos Estados Unidos, e ao Leste, controlado pelas milícias do Daesh, o autodenominado Estado Islâmico.
O reacendimento da guerra civil já provocou pelo menos 370 mil deslocados. As Nações Unidas preveem um êxodo de um 1,5 milhões de pessoas ainda este mês, na Síria.