Depois de anos de relações tensas provocadas por divórcio complicado entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), os dois lados do Canal da Mancha tentam agora uma reaproximação que vise melhorar as relações entre ambos e a cooperação em termos de segurança e defesa. Estes foram alguns dos temas em cima da mesa no encontro que juntou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Este foi o primeiro encontro entre os dois desde que o ex-primeiro-ministro português assumiu as atuais funções, no início deste mês.
Os dois líderes concordaram com a "importância vital de uma colaboração mais estreita entre parceiros que partilham as mesmas ideias num contexto mundial cada vez mais volátil", segundo um comunicado conjunto.
Costa e Starmer discutiram sobre a Guerra na Ucrânia e Médio Oriente
Os dois dirigentes discutiram igualmente as crises geopolíticas que atualmente marcam o cenário internacional, nomeadamente na Ucrânia e no Médio Oriente, com destaque para a Síria. Na semana passada, António Costa escolheu Kiev para iniciar funções como presidente do Conselho Europeu e garantir apoio ao país liderado por Volodymyr Zelensky. Na mesma visita, o antigo primeiro-ministro anunciou uma verba de mais de mil milhões de euros para ajudar no combate aos avanços russos.
Esta quinta-feira, Costa e Starmer "reiteraram o seu compromisso inabalável de continuar a prestar apoio político, financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia e ao seu povo, durante o tempo que for necessário e com a intensidade que for necessária".
Sobre a Síria, os dois representantes destacaram a "importância de assegurar uma transição pacífica para a estabilidade política a longo prazo, na sequência da queda do regime brutal de [ex-Presidente sírio, Bashar] Assad".
Costa e Starmer voltam a estar juntos no início do ano
António Costa aproveitou para convidar Starmer para participar numa sessão da reunião informal dos líderes da UE em Bruxelas, em 03 de fevereiro, o qual o líder trabalhista britânico "aceitou com agrado" perante a perspetiva de falar "sobre o reforço da cooperação estratégica com a UE, nomeadamente no domínio da defesa".
Os dois políticos reafirmaram o empenho no cumprimento dos Acordo de Saída do Reino Unido da UE, incluindo o Acordo-Quadro de Windsor, e do Acordo de Comércio e Cooperação, mas também manifestaram o desejo de "realizar novos progressos em domínios fundamentais, a fim de proporcionar benefícios tangíveis para os cidadãos do Reino Unido e da UE".
Nesse sentido, afirmaram esperar que a primeira cimeira UE-Reino Unido, prevista para o início de 2025, seja uma "oportunidade importante" para discutir como para reforçar as relações.
- Lusa