O presidente francês afirma que a única solução para a guerra na Ucrânia é uma paz sustentável. Emmanuel Macron defende que cabe aos ucranianos ditar as condições para a paz, mas que os europeus têm uma palavra a dizer sobre a segurança na Europa.
“A única paz possível é uma paz sustentável, ou seja, uma paz que seja negociada pelos ucranianos e que lhes permita ter soluções de segurança a longo prazo”, declarou o presidente de França, esta quinta-feira, em Varsóvia, após um encontro com o primeiro-ministro polaco Donald Tusk.
“Não há paz na Ucrânia sem os ucranianos”, frisou Macron, destacando que não se pode “discutir em nome dos ucranianos as concessões e os pontos a colocar”. “Isso cabe a eles”, frisou.
No entanto, apontou o chefe de Estado francês, “não há segurança na Europa sem os europeus”.
Polónia diz que não enviará tropas para a Ucrânia
A Polónia anunciou, esta quinta-feira, que não planeia enviar tropas para a Ucrânia caso seja declarado um cessar-fogo. Numa conferência de imprensa após a reunião de Tusk e Macron, o primeiro-ministro polaco insistiu em garantir que "as decisões sobre as ações polacas serão tomadas em Varsóvia e apenas em Varsóvia".
"Cooperaremos com a França - não só com a França, mas sempre com a França - em soluções que, sobretudo, proporcionem segurança à Europa, bem como à Ucrânia, e contra o reinício do conflito, se conseguirmos chegar a acordo para uma trégua e possivelmente para a paz", sublinhou.
Macron lançou pela primeira vez a ideia de enviar tropas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para a Ucrânia em fevereiro, tendo, segundo o jornal polaco Rzeczpospolita, proposto, a 27 de novembro, aos líderes de alguns países europeus, incluindo a Polónia, o envio de cinco brigadas (cerca de 40.000 soldados) para a nova linha fronteiriça entre a Ucrânia e a Rússia, um contingente que estaria sob comando polaco. Foi neste contexto que Tusk falou em Varsóvia para pôr fim "a conjeturas" sobre uma presença militar na Ucrânia.
Na terça-feira, o primeiro-ministro polaco admitiu que as negociações de paz na Ucrânia poderão começar até ao final do ano.
A Polónia vai assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia a 1 de janeiro.
Com Lusa