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"Falha do trem de aterragem": o que terá causado a queda do avião na Coreia do Sul?

Um avião com 181 pessoas a bordo caiu este domingo no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul. Duas pessoas sobreviveram, no entanto as autoridades, que continuam as buscas no local, acreditam que as restantes terão morrido.

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O antigo piloto e ex-comandante da TAP, José Correia Guedes, explicou que o avião não tem trem de aterragem, o que impediu a aeronave de reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista.

Em entrevista à SIC Notícias, o ex-piloto destacou vários fatores que "o impressionaram um bocado", como a existência de uma barreira de betão no final de pista ou a aparente inexistência dos flapes da aeronave.

José Correia Guedes explicou que, quando há um avião aterra com uma avaria grave, os sistemas de segurança dos aeroportos são ativados e veem-se os veículos dos bombeiros ao longo da pista "preparados para o pior": "Neste caso, não vejo. Podem estar lá, mas não os vejo."

Outro fator preocupante são os flapes da aeronave, uma extensão das asas que permitem ao avião voar mais devagar. Após assistir às imagens do acidente, o ex-piloto afirmou que não conseguiu ver os flapes em ação: "Não se vê quase nenhuma desaceleração."

Na entrevista, questionou ainda a existência de uma vedação no final da pista. Enquanto piloto, "a última coisa que eu queria ver numa situação de emergência era uma barreira de betão no fundo da pista".

Pelo menos 176 pessoas morreram e duas foram resgatadas com vida este domingo após a queda de um avião da Jeju Air no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, naquele que é já considerado um dos piores desastres aéreos na história do país.

O avião estava a tentar aterrar quando se incendiou depois de sair da pista e embater numa vedação de betão.