Mundo

Autoridades dizem ser prematuro avançar com explicações definitivas para acidente de aviação na Coreia do Sul

A configuração do aeroporto está também a ser questionada, uma vez que a pista de aterragem terminava num muro de betão, contra o qual colidiu o aparelho.

Loading...

Enquanto decorre o longo e penoso processo de identificação das vítimas, equipas de investigação procuram respostas entre os destroços do Boing da companhia aérea sul-coreana Jetu Air. Uma das principais incógnitas tem a ver com a avaria no trem de aterragem. 

A companhia low-cost promete reforçar os procedimentos de segurança mas assegura que o avião estava em perfeitas condições, ou melhor, que a equipa de manutenção não tinha detectado nada que pudesse afectar o voo que fazia a ligação entre a capital da Tailândia e Muan, na Correia do Sul. 

Pouco antes da aterragem, a torre de controlo alertou para a presença de aves em rota de colisão com o aparelho. Esta informação terá condicionado a forma como o avião se fez à pista, que terminava numa estrutura de betão, um facto que levanta muitas dúvidas a especialistas em aviação. 

“O que vimos durante o vídeo desta aterragem foi que o avião estava a aterrar lindamente com as asas perfeitamente niveladas, estava a deslizar de barriga para baixo, estava a ir muito depressa porque o piloto não conseguia baixar os flaps, possivelmente porque o sistema hidráulico tinha falhado depois de um ataque de pássaros, mas de qualquer forma ele (o piloto) tinha de aterrar particularmente depressa, por isso é que o avião passou por cima do fim da pista. É por isso - porque os aviões ocasionalmente passam por cima da extremidade - que não se colocam estruturas sólidas imediatamente na ultrapassagem. Mas foi isso que aconteceu aqui”, diz David Learmount, especialista em aviação. 

David Learmount acrescentou, ainda, que “na verdade, estou bastante chocado porque o que quer que tenha acontecido ao avião, que fez com que o piloto não conseguisse baixar os flaps e o trem para a aterragem, não foi o que causou a morte dos passageiros. Os passageiros morreram ao embaterem numa estrutura sólida mesmo por cima do fim da pista, onde não deveria haver uma estrutura sólida”. 

Os dois tripulantes que sobreviveram ao acidente estão ainda internados em estado grave. A Coreia do Sul cumpre sete dias de luto nacional ainda incrédula e à procura de respostas.