Sorridente Nicolas Sarkozy não disse nada aos jornalistas à chegada. Apertou a mão a dois agentes de autoridade e entrou na sala de audiências onde tentará, até abril, convencer o Tribunal de Paris da inocência que tem reclamado depois do Ministério Público o ter acusado de ter firmado um pacto de corrupção com Muammar Khadafi, o ditador líbio que esteve mais de 40 anos no poder.
Sob acusações de violação dos direitos humanos e de financiamento do terrorismo internacional, o regime líbio teria a expectativa de que a diplomacia francesa ajudasse a reduzir o isolamento do ditador no plano internacional e para isso, Kadhafi terá financiado a campanha de 2007 de Nicolas Sarkozy.
O homem que se viria a tornar o Presidente de um dos países mais influentes do Ocidente e que recebeu o ditador líbio com grande pompa e circunstância em Paris, pouco tempo depois de chegar à presidência francesa.
Mas, em 2011, Sarkozy foi o primeiro Chefe de Estado a pedir uma intervenção internacional na Líbia para ajudar os rebeldes que queriam derrubar o ditador Muammar Khadafi que, antes de ser assassinado pelas forças opositoras, veio dizer numa entrevista que financiou a campanha de Sarkozy.
A Procuradoria francesa diz ter encontrado provas. O dinheiro chegaria por intermediários e o esquema terá envolvido outros 12 arguidos, entre os quais três antigos ministros.