A economia alemã está em recessão pelo segundo ano consecutivo, o que já não acontecia há 20 anos. A situação económica foi uma das razões para a queda do Governo. As eleições antecipadas estão marcadas para o dia 23 de fevereiro
Os dados são ainda provisórios, mas nada animadores. A Alemanha não está a conseguir sair da crise. Terminou 2024 com uma contração do produto interno bruto de 0,2%.
Se a isto juntarmos a queda de 0,3% registada em 2023, o PIB alemão teve variação negativa pelo segundo ano consecutivo, o que já não acontecia há duas décadas.
O presidente do Instituto de Estatísticas da Alemanha fala em obstáculos cíclicos e estruturais para explicar o fraco desempenho da maior economia da zona euro. Entre eles os custos de energia mais elevados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há três anos, a forte concorrência externa, as elevadas taxas de juro e os custos da mão de obra.
Basta olhar para o setor da indústria para perceber que os problemas são sérios, sobretudo no setor automóvel.
O maior construtor do país, a Wolkswagen, anunciou que pode encerrar fábricas pela primeira vez em 87 anos de história e reduzir milhares de postos de trabalho.
O setor, que está a tentar dar o salto para a mobilidade elétrica, não está a conseguir enfrentar a feroz concorrência das marcas chinesas.
A economia, demasiado dependente de algumas industrias, está agora aflita.
A falta de reformas económicas significativas, um foco excessivo na política externa em detrimento da aposta na inovação e na digitalização poderão ter ditado o fim do milagre alemão e a Europa vai sofrer as consequências.