Algo se passa no reino da Gronelândia que pertence à Dinamarca, mas que ao contrário da potência administrante não faz parte da União Europeia e pode decretar a independência a qualquer momento.
Por este dias os símbolos da herança escandinava de há séculos estão a ser postos em causa na capital, Nuuk, geologicamente na placa americana e mais próxima do Canadá do que da remota Islândia
"Acredito convictamente que a estátua desaparecerá num futuro próximo e será substituída por um gronelandês que nos represente a todos ou por um mito inuíte ou algo diferente que represente a nossa cultura e identidade", afirma Qupanuk Olsen, produtora de conteúdos para as redes sociais e uma das candidatas do principal partido da oposição, o independentista Naleraq.
"Precisamos da Gronelândia para a segurança nacional", garante Donald Trump
Empoderado pelas recentes e insistentes declarações de Donald Trump no sentido de expandir os interesses norte-americanos para o território de um aliado que também faz parte da NATO .
"Acredito que todo este interesse do Presidente Trump e do resto do mundo está acelerar o nosso processo de independência", diz Qupanuk Olsen.
Todos os partidos gronelandeses, incluindo o Inuit Ataqatigi de centro esquerda atualmente no poder, são a favor da independência apenas se distinguem do tempo e no modo a que querem chegar à autonomia total - ou depender de uma nova potência.
"Somos um país enorme com uma população pequena e há um enorme interesse dos EUA, da China, da Rússia e da Europa, pelo que é muito importante votar este ano", diz Alliaq Kleist Petrussen, candidata pelo partido Inuit Ataqatigi.
No terreno e na campanha a influencia norte-americana é assumida pelo antigo comissário de Trump para os assuntos do ártico.
"Há anos que trabalho na Gronelândia, acho que o presidente Trump percebe, sei que percebe, e ele é determinado", garante Kim Kleist Eriksen.
Os resultados eleitorais deverão ser conhecidos na quarta-feira, no dia seguinte às eleições.