O Parlamento Europeu está novamente envolvido num alegado caso de corrupção. Vários lobistas que trabalham para a Huawei são suspeitos de subornar eurodeputados para estes promoverem a política comercial da empresa na Europa.
Na antena da SIC Notícias, o analista político Francisco Cordeiro Araújo explica que é “bastante normal” existirem lobistas dentro do Parlamento Europeu, desde que “devidamente acreditados”.
“É lícito e tem uma regulamentação apertada até para promover a transparência e integridade”, esclarece.
A questão que se coloca neste caso, acrescenta, é tentar perceber se se terão aproveitado desta acreditação para ter outros comportamentos “encapotados” e até corromper figuras políticas.
“A partir do momento em que há, porventura, uma empresa a tentar passar dinheiro para eurodeputados, não há dúvida que será corrupção”, afirma.
O especialista em Direito da UE diz ainda que não se deve questionar todo o sistema de lobby só porque “há pessoas que o instrumentalizam” e sublinha que agora, o “mais preocupante” é ver como o Parlamento Europeu reagirá ao caso.
Francisco Cordeiro Araújo lembra o Qatargate, caso em que, considera, o Parlamento Europeu “foi bastante célere a afastar deputados”.
Empresa portuguesa estará envolvida
Esta quinta-feira, a Polícia Federal belga efetuou 21 buscas na região de Bruxelas, bem como na Flandres, na Valónia e em Portugal. É que as alegadas transferências dos benefícios financeiros seriam realizadas através de uma empresa portuguesa.
À SIC, a Polícia Judiciária confirmou as diligências em território nacional.