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Moscovo escapa às sanções dos EUA: "Há aqui um sinal de que Trump quer estar com a Rússia"

José Gomes Ferreira entende que Donald Trump “desvaloriza” os impactos financeiros das novas tarifas porque “pretende reorientar a economia” do país. Excluído da lista de países abrangidos pelas medidas está a Rússia, um possível futuro parceiro comercial de Washington, alerta. 

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José Gomes Ferreira explica, no Jornal da Noite, que os EUA terão, agora, de reforçar o investimento na industrialização “para substituir as importações” da União Europeia. O jornalista da SIC entende também que Trump tem planos para explorar o Ártico em parceria com Moscovo.

José Gomes Ferreira acredita que “para percebermos o conjunto de malfeitorias para os EUA e para o Mundo” que advêm das tarifas impostas é preciso “colocarmo-nos dentro da cabeça de DonaldTrump, tal como já havia explicado em março num artigo publicado no site da SIC Notícias.

O jornalista da SIC entende, no entanto, que há “um plano” por detrás das ações do Presidente norte-americano e explica: 

DonaldTrump quer cortar despesa pública federal e deu essa tarefa a ElonMusk. Aliás, ele verbalizou que tinha de fazer esse trabalho para reduzir o défice e a dívida pública. E, ao mesmo tempo, quer cortar brutalmente no consumo interno dos Estados Unidos através do encarecimento das importações. Isto para reduzir o défice externo e, por isso, aplica tarifas pesadíssimas. 

Acrescenta ainda que Trump “desvaloriza” os impactos financeiros que as suas medidas podem causar, nomeadamente um cenário de recessão.  

“Para Trump é um mal menor porque o que ele quer é reorientar a economia, sublinha. 

Afirma ainda que os EUA terão, agora, de reforçar o investimento na industrialização “para substituir as importações”, um processo que “demora anos”. 

José Gomes Ferreira aponta que o “plano” do líder dos EUA passa também por poupar a Rússia às sanções, algo que considera ser um sinal “de que quer estar com a Rússia”. Mas porquê? 

“Por exemplo, explorar toda a riqueza do Ártico em conjunto. Para além de explorar, em conjunto com a Rússia, aquilo que são as riquezas de países onde a Federação Russa ainda tem influência.”