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Irmãos Menendez podem vir a sair em liberdade após 35 anos na prisão

Um juiz da Califórnia reduziu as penas dos irmãos Menendez, condenados pelo assassinato dos pais em 1989, permitindo-lhes pedir liberdade condicional após 35 anos de prisão.

Lyle Menendez (à esquerda) e Erik Menendez (à direita) durante a audiência preliminar realizada em Beverly Hills, Califórnia, que foi adiada na sexta-feira, 12 de abril de 1991.
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Um juiz da Califórnia (sudoeste) abriu caminho para que os irmãos Menendez, famosos nos Estados Unidos pelo homicídio dos pais em 1989, venham a ser colocados em liberdade condicional.

O juiz Michael Jesic reduziu esta terça-feira as penas dos dois homens, que foram condenados a prisão perpétua em 1996 e cumpriram já 35 anos atrás das grades, a uma pena entre 50 anos de prisão e prisão perpétua.

A nova sentença permite aos dois irmãos pedir para saírem em liberdade condicional, algo que será decidido por um comité especial em 14 de junho.

A decisão do juiz Jesic foi tomada após uma audiência, em que a família de Erik e Lyle Menendez apoiou o pedido de libertação.

Foto fornecida pelo Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia mostra Erik Menendez, à esquerda, e uma foto de 22 de fevereiro de 2018, também fornecida pelo mesmo departamento, mostra Lyle Menendez.
AP

"Achamos que 35 anos são suficientes", explicou uma prima dos dois, Anamaria Baralt, no tribunal. "A nossa família perdoou-os completamente. Eles merecem uma segunda oportunidade na vida", acrescentou.

Caso ganhou notoriedade mundial com filme e documentário da Netflix

O caso dos dois irmãos ganhou notoriedade mundial depois de um filme e um documentário da Netflix, em 2024.

Em 1990, o Ministério Público norte-americano acusou os dois jovens, então com 18 e 21 anos, de terem morto os pais a tiro para herdarem uma fortuna no valor de 14 milhões de dólares (12,5 milhões de euros).

Os advogados alegaram que os irmãos tinham sido violados durante anos pelo pai e que a mãe sabia disso, e que o homicídio configurou uma tentativa desesperada de autodefesa.

A decisão do juiz esta terça-feira foi tomada no final do primeiro dia de uma audiência dois dias, cuja realização o novo procurador distrital de Los Angeles, Nathan Hochman, tentou impedir durante meses.

Hochman considera que os irmãos continuam a mentir sobre os motivos que os levaram a cometer os assassinatos de 1989, em que mataram os pais a tiro na sua casa de Beverly Hills.