Foi mais uma noite de violência na região de Múrcia, em Espanha. Na pequena cidade de Torre Pacheco, grupos de extrema-direita desencadearam uma autêntica caça ao imigrante. Ameaçam fazer justiça pelas próprias mãos depois de um idoso ter sido agredido, alegadamente, por um imigrante marroquino.
Saem para as ruas de cara tapada numa 'caça' aos imigrantes. A cena repete-se há vários dias na cidade espanhola de Torre Pacheco, em Múrcia, onde grupos de extrema-direita perseguem e atacam imigrantes.
"Não queremos violência, nada! Só queremos justiça, só queremos que nos deixem em paz, queremos viver em paz, que o nosso bairro esteja em paz e que a nossa cidade viva em paz", afirma um dos manifestantes.
Agressão a idoso espoletou o caos
Dizem que querem justiça e tem sido esse o argumento desde que começaram a circular nas redes sociais vídeos de uma agressão a um homem de 68 anos - residente em Torre Pacheco - alegadamente levada a cabo por imigrantes.
Com o aumento da tensão, a Guarda Civil tem sido chamada a intervir para dispersar a multidão e tentar restabelecer a calma, mas depois de vários dias de confrontos violentos, a população não esconde o receio.
Dez imãs da mesquita de Torre Pacheco reuniram-se com dezenas de jovens marroquinos para lhes pedir que ficassem em casa para evitar novos tumultos nas ruas. Um dos representantes da comunidade diz que o conflito surgiu devido à chegada de pessoas de fora.
Treze detidos e 80 identificados
Pelo menos 13 pessoas foram detidas nos últimos dias. Segundo as autoridades de Múrcia, foram também identificadas cerca de 80 pessoas que participaram nos confrontos.
Conceição Ribeiro, enviada da SIC a Torre Pacheco, diz que a "calma é tensa" porque há polícia nas ruas. Há receio de novos confrontos esta terça-feira, uma vez que foi agendada uma manifestação não autorizada.