Durante décadas, as autoridades chinesas pressionaram os casais a terem um único filho, multando quem se atrevesse a ter mais do que um. A chamada 'política de filho único' foi eficaz, mas, agora, criou um problema de natalidade no país.
A 'política de filho único' foi abandonada e 2016, mas, quase 10 anos depois, isso e vários incentivos à natalidade não foram suficientes para mudar a realidade na China. Por esse motivo, o governo chinês lançou uma iniciativa que visa inverter a tendência através de um subsídio anual de 3.600 yuans (cerca de 430 euros) por cada criança até os três anos de idade, com efeitos retroativos a 1 de janeiro.
Apesar da tentativa, o esforço não será suficiente. A CNN conta o caso de Zane Li que aos nove anos teve uma irmã mais nova. Os pais, à data, foram multados em 100 mil yuans (cerca de 12 mil euros) e mal conseguiam sobreviver com os rendimentos que auferiam e a multa que tinham de pagar.
Atualmente com 25 anos, ter filhos é para Li um cenário distante, mesmo com os incentivos do governo chinês.
“O custo de criar um filho é enorme, e 3.600 yuans por ano é apenas uma gota no oceano”, disse Li em declarações à CNN.
Segundo a jovem, o custo de vida não permite que a sua geração pense em filhos, ou, pelo menos, em mais do que um como quer o governo. Com um empréstimo estudantil para fazer um mestrado em serviços de saúde em Pequim, ter um filho está, de momento, fora dos planos.
Este investimento do governo chinês traduz-se em 90 mil milhões de yuans (cerca de 11 mil milhões de euros) em benefícios que beneficiarão 20 milhões de famílias.