Saint Laurent de La Cabrerisse é a imagem do drama que se vive na região de Aude, no sul de França. Só nesta aldeia, pelo menos cinco casas arderam. Uma mulher de 65 anos morreu.
“É uma catástrofe, um desastre, na nossa região. É verdade que a avaliação desta manhã, ao nascer do dia, mostra que há cinco ou seis casas totalmente queimadas e uma parcialmente e, infelizmente, uma mulher que queria ficar na sua casa desapareceu porque o fogo alastrou tão rapidamente que ela não conseguiu escapar”, diz Xavier de Volontat, presidente da câmara de of Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse.
Na terça-feira à tarde, ainda a procissão ia no adro, mas já mostravam bem a violência das chamas. Ventos de até 60km/h empurraram o fogo a uma velocidade impressionante. Duas autoestradas tiveram de ser cortadas deixando muitos presos no trânsito.
Em menos de 24 horas, arderam 13 mil hectares de floresta, o equivalente à área da capital francesa. Esta quarta-feira, incêndio florestal mantém-se ativo e as condições meteorológicas são desfavoráveis.
Uma pessoa está desaparecida
O fogo já entrou em 15 localidades. Uma pessoa está desaparecida e há pelo menos nove feridos, dois deles em estado grave, entre bombeiros e civis. Pelo menos 30 viaturas foram destruídas, 25 casas foram danificadas pelas chamas e duas mil e quinhentas estão sem luz. Quase 2000 bombeiros estão no terreno, apoiados por 600 veículos e vários meios aéreos.
Com um perímetro de 80 kms e sem previsões quanto à sua extinção, o incêndio da região de Aude é já considerado o maior e o mais violento do ano em França. O primeiro-ministro francês, François Bayrou, deverá visitar o local esta quarta-feira à tarde
Sul da Europa está a sofrer vários grandes incêndios este verão
No mês passado, um incêndio florestal que atingiu o porto de Marselha, a segunda maior cidade de França, fez cerca de 300 feridos.
O sul da Europa está a sofrer vários grandes incêndios este verão e os cientistas alertam que as alterações climáticas estão a aumentar a frequência e a intensidade do calor e da seca, tornando a região mais vulnerável às chamas.
A Europa é o continente que mais aquece no mundo, com as temperaturas a aumentarem duas vezes mais rapidamente do que a média global desde a década de 1980, de acordo com o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, da União Europeia (UE).
- Com Lusa