O presidente Emmanuel Macron quer provar em tribunal que a mulher, Brigitte Macron, é, de facto,... uma mulher. A alegação de que a primeira-dama francesa não é do género feminino tem sido repetida por uma influencer norte-americana aliada de Donald Trump.
Candace Owens afirma que a mulher de Emmanuel Macron é um homem. As alegações da influencer de extrema-direita arrastam-se em publicações na internet com milhões de seguidores. Fotos, documentos e factos distorcidos que visam induzir, com falsos argumentos, a ideia de que o presidente francês não está casado com uma mulher e que a república de França esconde um segredo há décadas.
Em julho, Emmanuel e Brigitte Macron perderam a paciência e formalizaram uma queixa em tribunal nos Estados Unidos da América. Uma novidade, tendo em conta que o processo é movido pelos atuais presidente e primeira-dama de um outro país.
A reação da influencer Candace Owens não se fez esperar. “És um homem muito ridículo, Brigitte. Mas tenho de admitir, tens tomates”, atirou.
“Despede todos à tua volta. Literalmente, todos os que te disseram que isto era uma boa ideia. Seres a primeira-dama de um país e processares um jornalista de outro país”, disse.
O lote de influencers que rodeia Trump
Candace Owens não é, apesar de tudo, jornalista. Apenas faz parte de um ecossistema de personalidades conservadoras com grade presença nas redes sociais e na Casa Branca – tal como Charlie Kirk, o influencer de extrema-direita recentemente assassinado – e que exploram de forma provocatória temas caros à agenda de Donald Trump, como raça, género e migrações.
Agora, o advogado que representa o casal Macron afirmou estar disposto a provar, fotograficamente ou através de dados científicos, o sexo feminino de Brigitte Macron - que é mãe de três filhos do primeiro matrimónio, antes de casar em 2007 com o atual presidente francês (seu antigo aluno e 25 anos mais novo do que ela).
O caso, que está a ser apreciado pelo tribunal do estado norte-americano do Delaware, reveste-se de contornos complexos. Segundo a jurisprudência judicial americana, o autor da queixa tem de provar que o autor da difamação agiu com malícia e desprezo pela verdade, num limite estreito entre a liberdade de expressão e o insulto.