O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de emergência na segunda-feira, a pedido da Estónia, após a incursão de três aviões russos no espaço aéreo do país, anunciou hoje a diplomacia de Talin.
Três caças MiG-31 da Federação Russa entraram na sexta-feira no espaço aéreo da Estónia sobre o golfo da Finlândia, onde permaneceram cerca de 12 minutos, segundo alertaram as autoridades estonianas e a NATO.
A Itália, responsável no quadro da Aliança Atlântica por uma missão de policiamento aéreo no Báltico, fez descolar aviões para intercetar os aviões russos, em conjunto com a Suécia e a Finlândia.
A Rússia desmentiu a violação do espaço aéreo da Estónia.
"No dia 22 de setembro (...), o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência em resposta à flagrante violação do espaço aéreo estoniano pela Rússia", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Estónia num comunicado.
É a primeira vez, em 34 anos de adesão à ONU, que a Estónia, solicita uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
A Estónia é membro da União Europeia e da NATO, e um firme apoiante da Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
Estónia vai pedir ativação do artigo 4.º da NATO
O primeiro-ministro estoniano, Kristen Michal, anunciou ainda que o país iria pedir a ativação do Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre aliados sempre que um dos membros se sinta ameaçado.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Margus Tsahkna, a violação "faz parte de um padrão de comportamento mais amplo da Rússia, que visa testar a determinação da Europa e da NATO".
Há cerca de dez dias, uma vintena de drones russos entrou no espaço aéreo da Polónia e, pouco depois, um drone de combate russo permaneceu durante uma hora no espaço aéreo da Roménia.
"Este comportamento exige uma resposta internacional", declarou Tsahkna, acrescentando que "a conduta da Rússia é incompatível com as responsabilidades de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU".
Como membro permanente do Conselho de Segurança, a Rússia tem direito de veto no órgão restrito da ONU, juntamente com os Estados Unidos, a China, o Reino Unido e a França.