As autoridades da província chinesa de Guangdong elevaram para o nível máximo a resposta de emergência esta terça-feira face ao supertufão Ragasa, considerado pelo Centro Meteorológico Nacional o mais poderoso do planeta em 2025.
Prevê-se que o tufão atinja terra entre esta noite e quarta-feira, numa faixa costeira entre Shenzhen e a península de Leizhou, com ventos sustentados superiores a 200 quilómetros por hora e rajadas até 260, além de chuvas torrenciais que podem ultrapassar os 300 milímetros, segundo os serviços meteorológicos. O Ragasa deve passar por Macau e Hong esta madrugada e na quarta-feira de manhã.
O Governo provincial ordenou uma mobilização urgente, apelando à suspensão de aulas, atividades económicas, transportes e produção nas zonas mais expostas. As autoridades reforçaram ainda a inspeção de infraestruturas e a abertura de abrigos de emergência.
A Administração Nacional Oceânica ativou o alerta vermelho - o mais elevado no sistema chinês - por risco de marés ciclónicas e inundações costeiras, alertando para elevada probabilidade de alagamentos em cidades como Shenzhen, Dongguan, Zhuhai e Zhongshan, mas também Macau e Hong Kong, devido à entrada de água do mar em zonas baixas.
Ragasa é a 18ª tempestade tropical da temporada no Pacífico
Em paralelo, foi ordenada a evacuação de trabalhadores em plataformas eólicas 'offshore' e a suspensão do tráfego marítimo e ferroviário no estreito de Qiongzhou, entre Guangdong e a ilha de Hainan, assim como entre Macau e Hong Kong, a partir desta tarde.
A resposta nacional de emergência mantém-se ativa, com mais de 30.000 operacionais destacados para assegurar o fornecimento de bens essenciais e apoiar eventuais operações de resgate.
Ragasa é a 18ª tempestade tropical da temporada no Pacífico e deverá tocar terra na costa central ou ocidental de Guangdong na quarta-feira, enfraquecendo progressivamente à medida que avança para o interior.
Os tufões são frequentes no sudeste da China e em Taiwan durante o verão e outono, quando as águas quentes do Pacífico favorecem a formação de ciclones, que por vezes causam danos materiais e perturbações nos transportes e na atividade económica.
A atual temporada de tufões na China tem sido marcada por fenómenos como o Wipha, que provocou chuvas intensas e evacuações no sul do país, e o Wutip, que afetou mais de 180 mil pessoas em Guangdong, após um atraso de mais de dois meses face ao início habitual do período, atribuído por especialistas a padrões de alta pressão invulgares e alterações na monção.