O Serviço de Informações Estrangeiras da Rússia acusou esta terça-feira a Europa de "estar a preparar-se para ocupar a Moldávia", adiantando que unidades da NATO estão atualmente "a reunir-se na Roménia, perto das fronteiras da Moldávia".
"Os burocratas europeus em Bruxelas estão determinados a manter a Moldávia no caminho das suas políticas 'russofóbicas'. Planeiam fazê-lo a qualquer custo, incluindo com o envio de tropas e a ocupação efetiva do país", referiu a entidade russa num comunicado publicado no seu portal de internet sob o título "A Europa está a preparar-se para ocupar a Moldávia".
Segundo o serviço de informações russo, "nesta fase, os países membros da NATO estão a concentrar unidades das suas forças armadas na Roménia, perto das fronteiras da Moldávia", cenário, que, segundo a mesma fonte, tem sido repetidamente ensaiado em exercícios militares conduzidos pela Aliança Atlântica na Roménia.
A ocupação "poderá ser implementada após as eleições legislativas na Moldávia", marcadas para o próximo domingo, acrescenta. Além disso, considera, "as autoridades europeias temem que a falsificação indecorosa dos resultados eleitorais, preparada por Bruxelas e Chisinau, obrigue cidadãos moldavos desesperados a sair à rua para defender os seus direitos".
Neste caso, acrescenta-se no comunicado, a pedido da Presidente moldávia, Maia Sandu, "as forças armadas dos Estados europeus terão de forçar os moldavos a resignarem-se a uma ditadura apresentada como uma eurodemocracia".
Realizadas buscas em centros de detenção e prisões moldavos
De acordo com os serviços de informação russos, Bruxelas não tem qualquer intenção de abandonar os seus planos de ocupação da Moldávia, "mesmo que o desenvolvimento da situação após as eleições não exija interferência estrangeira".
As forças de segurança moldavas informaram ter sido realizadas, na segunda-feira, mais de 250 buscas em vários locais do país, no âmbito de um processo-crime que alega haver preparativos para provocar "distúrbios em massa e desestabilização, coordenados por elementos criminosos da Federação russa". Pelo mesmo motivo, foram também realizadas buscas em centros de detenção e prisões moldavos.
Por sua vez, a oposição moldava adiantou que membros das forças de segurança visitaram figuras críticas do Governo pró-europeu no norte do país.Para o socialista Igor Dodon, líder da oposição pró-russa no país, as autoridades estão a tentar "intimidar e silenciar" os seus críticos para garantir a vitória do Partido Ação e Solidariedade (PAS), no poder.