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Trump diz ter conseguido parar sete guerras sem apoio da ONU: "Nunca recebi uma chamada a oferecer ajuda"

O líder norte-americano criticou a utilidade da organização, acusando-a de não auxiliar nos esforços de paz mundial. Questionou o reconhecimento da Palestina, defendeu suas políticas de imigração e apresentou um balanço positivo do seu mandato, incluindo sucessos económicos e ações contra o narcotráfico.

Trump diz ter conseguido parar sete guerras sem apoio da ONU: "Nunca recebi uma chamada a oferecer ajuda"
Alexander Drago

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou esta terça-feira a utilidade das Nações Unidas, acusando a organização de não o ter ajudado nos esforços para resolver os conflitos no mundo, e criticou o reconhecimento da Palestina.

No seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que assinalou o 80.º aniversário da instituição, Trump acusa a ONU dizendo que "nunca esteve presente" nos processos de paz que o Presidente norte-americano diz ter posto em prática entre países historicamente em conflito.

"Acabei com sete guerras que diziam impossíveis de acabar. E nunca recebi um telefonema da ONU a oferecer ajuda", disse Trump, enumerando as negociações entre o Camboja e a Tailândia, o Kosovo e a Sérvia, a República Democrática do Congo e o Ruanda, o Paquistão e a Índia, Israel e o Irão, o Egito e a Etiópia, e ainda a Arménia e o Azerbaijão.
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Para Trump, "as palavras não acabam com guerras", apenas a ação.

"A ONU só escreve cartas cheias de palavras vazias", ironizou o líder norte-americano, chegando a comparar a organização às avarias que disse ter enfrentado no edifício.
"Deram-me apenas um teleponto que não funcionava e uma escada rolante que parou a meio", afirmou Trump, sorrindo.

O Presidente norte-americano aproveitou também para criticar os países que, segundo ele, estão a tentar reconhecer unilateralmente um Estado palestiniano.

"Isso seria recompensar o Hamas e os seus crimes, incluindo os do 7 de outubro. A prioridade é libertar os reféns e alcançar a paz, não legitimar terroristas", criticou o inquilino da Casa Branca.
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Trump garantiu ter conseguido travar o programa nuclear iraniano com a operação "Midnight Hammer", na qual bombardeiros norte-americanos alegadamente destruíram instalações de enriquecimento de urânio, e sublinhou ainda que "milhões de vidas" foram salvas graças às negociações que conduziu pessoalmente.

No plano interno, o chefe de Estado apresentou um balanço em tom de autoelogio.

"Estamos na idade de ouro da América. Em apenas oito meses já conseguimos 17 mil milhões de dólares em investimento. O mercado bolsista bateu 48 recordes e os salários crescem ao ritmo mais rápido em 60 anos", disse Trump, acrescentando que os preços da energia, da gasolina e das hipotecas estão em queda.

Sobre a política de imigração, Trump disse ter erradicado as entradas de migrantes ilegais nos últimos quatro meses.

"Se vierem ilegalmente, vão para a prisão ou regressam ao vosso país. Outros países devem fazer o mesmo. Estão a destruir-se por causa da imigração descontrolada", afirmou Trump, apontando críticas a várias capitais europeias.

Trump anunciou ainda ações contra o narcotráfico oriundo da Venezuela, que classificou como "terrorismo transnacional" e garantiu que a Marinha norte-americana está a destruir embarcações carregadas de drogas, ameaçando "apagar do mapa" redes ligadas ao presidente Nicolás Maduro.


Com LUSA