A Rússia considera “escandaloso” e “hostil” que três países europeus tenham fechado o espaço aéreo e impedido o chefe da diplomacia russa de aterrar esta segunda-feira na capital Sérvia. O ministro russo, Serguei Lavrov, foi forçado a cancelar os dois dias de visita à Sérvia devido a este incidente que classificou de “impensável”.
Em Belgrado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros tinha encontro marcado com o homólogo, com o Presidente sérvio e com o patriarca da Igreja Ortodoxa.
Bulgária, Macedónia do Norte e Montenegro avisaram Moscovo de que o espaço aéreo estava encerrado a aviões russos e que, por isso o voo de Lavrov não podia sobrevoar o espaço aéreo dos três países membros da NATO.
Em reação, o chefe da diplomacia russa diz que o “impensável” aconteceu. “Na noite de ontem [domingo] e esta manhã, recebemos várias perguntas da comunicação social sobre as decisões sem precedentes tomadas por alguns membros da NATO. Essas decisões impediram a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros russo à Sérvia. Obviamente, aconteceu o impensável”.
“Sei que haverá muitas explicações mas ainda não as ouvimos. Os países que negaram a passagem do voo russo, dirão que receberam ordens da União Europeia e da NATO. E a União Europeia e a NATO dirão que a decisão foi tomadas pelos países“, acrescentou Lavrov, referindo que “se a visita do ministro russo for vista no Ocidente quase como uma ameaça global, então pode-se ver que as coisas no Ocidente são muito más”.
Saliente-se que Lavrov é um dos altos funcionários sob as sanções ocidentais impostas à Rússia pela sua invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
As justificações para o fecho do espaço aéreo
O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, confirmou o cancelamento da visita de Lavrov, que deveria estar hoje e na terça-feira em Belgrado, mas sem especificar as razões.
Já a diplomacia búlgara confirmou, em comunicado, que “não deu autorização diplomática para os aviões russos sobrevoarem o território búlgaro”. A decisão foi tomada “em conformidade com o regime de sanções da UE (União Europeia) contra a Rússia”, acrescentou o Governo búlgaro.
Os outros dois países informaram as embaixadas russas de decisões semelhantes, segundo a AFP.