O Papa Francisco celebrou este sábado as famílias e exortou-as a evitar decisões “egoístas” que são “indiferentes à vida”, na sequência da decisão, sexta-feira, do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de revogar o direito constitucional ao aborto.
O Papa Francisco, que presidiu ao encerramento do X Encontro Mundial das Famílias, no Vaticano, não se referiu explicitamente àquela decisão nem utilizou a palavra aborto, mas alertou para a necessidade de defender as famílias, condenando a “cultura do desperdício” que considera estar associada à aceitação social do aborto.
“Não deixemos que a família seja envenenada pelas toxinas do egoísmo, do individualismo, da cultura atual da indiferença e do desperdício, e com isso perca seu próprio ADN, que é o espírito de acolhimento e serviço”, afirmou.
Para o Papa, “alguns casais permitem que seus medos e ansiedades frustrem o desejo de trazer novas vidas ao mundo”, apelando à rejeição desses “desejos egoístas”.
Francisco defendeu a oposição da Igreja ao aborto, que comparou à “contratação de um assassino para resolver um problema”, apesar de manifestar compreensão pelas mulheres que já recorreram à interrupção da gravidez, facilitando a “absolvição do pecado” daquela prática.
O Vaticano saudou a decisão de sexta-feira que anulou a decisão de 1973 que forneceu proteções constitucionais para o aborto nos Estados Unidos, prática que já é ilegal em nove estados.