Guerra Rússia-Ucrânia

Apesar das violações de cessar-fogo, tropas ucranianas têm ordem para não responder ao inimigo

As 1.500 violações militares constituem um novo máximo diário.

Apesar das violações de cessar-fogo, tropas ucranianas têm ordem para não responder ao inimigo

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anuncia um registo de mais de 1.500 violações do cessar-fogo no leste da Ucrânia nas últimas 24 horas, num novo máximo diário. No terreno, os soldados ucranianos têm ordens para não responder ao fogo inimigo, para não dar pretexto às forças russas.

Na linha da frente do combate, o soldado ucraniano Zahar Leshu-shun conta ao jornalista da Associated Press que as ordens são para não responder ao fogo inimigo. Kiev não quer dar pretextos às forças russas do outro lado.

Zahar Leshu-shun tem 23 anos, uma licenciatura em marketing e cada vez menos esperança numa resolução do conflito pela via da diplomacia.

Observadores da OSCE registaram, em vinte e quatro horas, mais de 1.500 violações do cessar-fogo, um novo máximo diário.

Os últimos dias ficaram marcados por diversos episódios de violência e pela ameaça iminente de uma invasão russa.

Dois soldados ucranianos morreram e, na sexta-feira, um carro explodiu no centro da cidade de Donetsk, controlada pelos rebeldes.

Sábado, os separatistas deram conta de duas explosões em Lugansk, mas os Serviços Secretos ucranianos garantem que os vídeos são falsos e datam de julho do ano passado.

Autêntico parece ter sido o ataque dos separatistas contra altas patentes militares ucranianas durante uma visita à linha da frente do conflito, registado por jornalistas das agências internacionais que acompanhavam a visita.

Mais tarde, um outro grupo de jornalistas teve de se refugiar num abrigo na sequência de as forças armadas ucranianas terem recebido um alerta de um possível bombardeamento por parte dos rebeldes, em Donetsk.

Os separatistas, que ontem deram ordem para uma mobilização geral para combater, continuam as operações de retirada das populações de Donetsk e Lugansk.

A pretexto de uma alegada invasão, crianças, mulheres e idosos, cerca de 6.500 de Donetsk e 25 mil de Lugansk, foram já levadas para a Rússia, que se prepara para conceder 700 mil passaportes.

Os separatistas e as forças ucranianas lutam há quase oito anos, sendo que o conflito já matou cerca de 14 mil pessoas.