Mundo

Caixão da jornalista assassinada na Cisjordânia cai durante confrontos com exército

Confrontos aconteceram à saída do carro funerário no dia do funeral de Shireen Abu Akleh.

Caixão da jornalista assassinada na Cisjordânia cai durante confrontos com exército

As cerimónias fúnebres da Shireen Abu Akleh ficaram marcadas pela violência, com confrontos entre o exército e algumas das pessoas que quiseram assistiram à missa e ao funeral da jornalista palestiniana, da televisão Al-Jazzera, assassinada na quarta-feira, na Cisjordânia. Shireen Abu Akleh vai ficar enterrada em Jerusalém. Os Estados Unidos já ofereceram ajuda para investigar a morte da repórter que tinha dupla nacionalidade: palestiniana e norte-americana.

A violência começou logo quando a urna saiu do hospital em Jerusálem ocidental. Centenas de pessoas estavam no local e muitas envolveram-se em confrontos com o exército israelita, que carregou sobre os que ali foram prestar uma última homenagem a Shireen Abu Akleh.

A confusão foi tanta que, a certa altura, os homens que carregavam o caixão, o deixaram cair por instantes. A família foi, então, autorizada a transportar o corpo num carro.

A jornalista vai ficar enterrada em Jerusalém, num cemitério cristão, onde estão os pais.

As cerimónias foram acompanhadas por milhares de palestinianos.

O Governo israelita pediu uma investigação conjunta, com a autoridade palestiniana. Do lado palestiniano a resposta foi um “não” e a garantia de que as conclusões e as provas serão enviadas diretamente para o Tribunal Penal Internacional.

Jerusalém diz que no momento em que foi atingida Shireen Abu Akleh estava a menos de 200 metros do local onde decorria uma intensa troca de tiros entre o exército e atiradores palestinianos e que, sem analisar a bala, é impossível saber quem a disparou.

A cadeia de televisão Al Jazerra, para quem Abu Akleh trabalhava desde 1997, acusou os militares israelitas de a matarem deliberadamente.

A jornalista cobria regularmente o conflito no Médio Oriente e ficou conhecida em toda a região depois de ter feito centenas de reportagens e diretos da Segunda Intifada, a revolta armada da Palestina contra Israel, entre 2000 e 2005.

Saiba mais: