O protesto dos camionistas no Canadá está num impasse, mas já com consequências nas prateleiras e na produção de alguns produtos. O transporte de mercadorias com os Estados Unidos está condicionado e a tensão aumenta em Otava.
A solidariedade inicial de muitos habitantes de Otava deu lugar à saturação. Muitos dizem sentir-se reféns dos camionistas, que há duas semanas ocupam as estreitas ruas da capital do Canadá.
Ao sentimento não será alheio o que tem vindo a público sobre o perfil dos manifestantes: as ligações à Extrema-Direita e aos teóricos das conspirações.
Não bastasse, são 500 veículos, com ensurdecedoras buzinas, escapes fumegantes e camionistas ruidosos, dia e noite. Sem fim à vista, a paciência esgota-se.
O protesto ganhou novas dimensões com o bloqueio da ponte internacional que liga o Canadá aos Estados Unidos.
A indústria automóvel norte-americana denuncia falhas de componentes que paralisam a produção.
Um quarto das transações comerciais entre os dois países passa pela ponte do Embaixador, entre Detroit e o Ontário, sendo que o desvio por outra via implica mais 5 horas de impasse.
Os agentes detetaram a presença de crianças numa centena de veículos, o que gera preocupação, não apenas pela exposição dos menores a fatores poluentes e ruído, mas também pelo risco que uma intervenção policial pode acarretar.