“Uma lição de história recente diz que, uma vez que os russos entram em vossa casa, por vezes é muito difícil fazê-los partir”, assinala o secretário de Estado dos EUA no decurso de uma conferência de imprensa em Washington.
Pelo menos 26 manifestantes e 18 membros das forças de segurança foram mortos e centenas ficaram feridos nos distúrbios no Cazaquistão e milhares de pessoas foram detidas.
O Presidente cazaque, Kasim-Yomart Tokayev, acusa esta sexta-feira a comunicação social e políticos estrangeiros de terem instigado os protestos, que se iniciaram no domingo após o anúncio de um aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país.
A Rússia enviou mais de 70 aviões militares e um número não determinado de soldados para o país vizinho, a pedido de Tokayev, que recorreu aos estatutos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança militar de seis ex-repúblicas soviéticas e impulsionada por Moscovo.
“Parece-me que as autoridades e o Governo do Cazaquistão estão certamente em condições de gerir de forma apropriada das manifestações, de impor a ordem respeitando os direitos dos manifestantes. Assim, não entendo por que necessitam de uma ajuda exterior”, diz Antony Blinken.
Nas suas declarações, o chefe do Departamento de Estado também considera ser possível “uma solução diplomática” com a Rússia, caso Moscovo se envolva no diálogo para desanuviar a crise em torno da Ucrânia.
“Estamos prontos a responder com força a uma nova agressão russa. Mas ainda é possível, e preferível, se a Rússia escolher essa via”, diz a poucos dias de diversas conversações entre o ocidente e Moscovo.
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