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Cimeira da NATO: China é “desafio para os nossos valores e segurança”

Perante um mundo mais perigoso e imprevisível, a Cimeira da NATO será transformadora e muito importante.

Cimeira da NATO: China é “desafio para os nossos valores e segurança”
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A Cimeira da NATO, que começou na manhã desta quarta-feira, em Madrid, irá aprovar o novo Conceito Estratégico da organização, definindo a Rússia como a maior e mais direta ameaça aos países da NATO.

Nas palavras do secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, perante um mundo mais perigoso e imprevisível, a Cimeira da NATO será transformadora e muito importante.

“Espero que, quando acordarmos o conceito estratégico, seja declarado inequivocamente que a Rússia coloca uma ameaça direta à nossa segurança e, claro, que isso seja refletido em todo o conceito estratégico”, começou por dizer Jens Stoltenberg.

“Penso que a primeira lição a saber hoje é que se Vladimir Putin esperava ter menos NATO na sua frente ocidental, em resultado da sua invasão ilegal e não provocada da Ucrânia, provou-se que estava completamente errado. Vai ter mais NATO”, comentou Boris Johson, primeiro-ministro do Reino Unido.

“Esta é uma cimeira histórica, em muitos aspetos, mas já temos dois novos membros a entrar, a Finlândia e a Suécia, um grande passo em frente para a nossa aliança”, continuou.

Um passo conseguido depois de a Turquia ter levantado, esta terça-feira, à margem da cimeira da NATO, a intenção de vetar a adesão dos dois países nórdicos.

A decisão foi tomada após a assinatura de um memorando que “responde às preocupações” de Ancara relativamente à entrada da Suécia e da Finlândia – um alargamento que Vladimir Putin nunca quis.

“Ele era contra qualquer novo alargamento da NATO. Queria menos NATO. Agora, o presidente Putin tem mais NATO nas suas fronteiras”, disse ainda Jens Stoltenberg.

Mas a Ucrânia não é a única preocupação nesta cimeira da NATO, que vai aprovar um novo Conceito Estratégico para a organização. Pela primeira vez, a China vai ficar mencionada nesse conceito estratégico, embora Stoltenberg não tenha mencionado Pequim como um adversário.

“O conceito estratégico irá refletir também uma nova realidade em outros aspetos. A China não é mencionada uma única vez no atual conceito estratégico. A China fará parte do conceito que iremos acordar nesta cimeira. E espero que os aliados acordem que a China é um desafio para os nossos valores, para os nossos interesses e para a nossa segurança“, disse o secretário-geral da NATO.

Stoltenberg fez questão de garantir que “a China não é um adversário”, mas referiu que é necessário “ter em conta as consequências para a nossa segurança”.

“Vemos a China a investir fortemente em novas e modernas capacidades militares, mísseis de longo alcance e armas nucleares e também a tentar controlar infraestruturas essenciais, por exemplo redes 5G nos nossos países”, concluiu.

À entrada para a Cimeira, também o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que vai reforçar a presença militar norte-americana em toda a Europa.

Para Biden, este reforço visa ajudar a NATO a “responder às ameaças vindas de todas as direções e em todas as áreas: terrestre, aérea e marítima”.

Foi também anunciado que as forças de reação rápida da Aliança vão aumentar dos atuais 40 mil efetivos para 300 mil. Estas forças estarão prontas até ao próximo ano e serão atribuídas a países do leste da Europa.

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