Esta quinta-feira, a Ucrânia tornou-se formalmente um país candidato à União Europeia (UE). Uma decisão política, de apoio a Kiev, numa altura em que a guerra e a agressão russa continuam a afetar a economia europeia.
Agora, os 27 focam-se nas consequências económicas da guerra, tais como a inflação, a subida dos preços da energia e a ameaça russa de um possível corte de gás aos europeus.
A Alemanha está preocupada com a falta de abastecimento no inverno, já que a Europa está dependente dos combustíveis fósseis da Rússia.
“Foi por isso que, não só impusemos sanções desde muito cedo relativamente ao carvão e ao petróleo, como levámos a cabo todas as medidas para desenvolver as nossas estruturas, de modo a podermos importar gás de outros países, por exemplo”, começou por dizer o chanceler alemão Olaf Scholz.
“Este é um esforço que deve ser agora ainda mais célere. É claro que existem grandes desafios associados a tudo isto, mas ainda falaremos sobre isso”, continuou.
É também a oportunidade para a presidente do Banco Central Europeu (BCE) explicar o que está a preparar para travar a escalada dos juros das dívidas soberanas, garantindo que os países, sobretudo a sul, não caem novamente em dificuldades de financiamento.
Já no campo político, a decisão da cimeira foi a história aprovação de um estatuto que um país em guerra pediu há apenas quatro meses. Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano, agradeceu aos 27, um a um.
“Acabámos de receber o estatuto de candidatos [à UE]. É uma vitória. Esperamos 120 dias e 30 anos”, disse.
A satisfação de Zelensky contrasta com a frustração dos líderes da Macedónia do Norte e Albânia, que têm a abertura das negociações bloqueadas e queixam-se da lentidão do processo de alargamento.
“Esta desilusão sinaliza a todos, mais uma vez, que a atribuição deste estatuto de candidato à Ucrânia e à Moldávia constitui uma enorme responsabilidade para a União Europeia de não criar falsas expectativas, de não gerar frustrações que serão um amargo no futuro da nossa relação”, afirmou o primeiro-ministro português, António Costa.
Para entrar na UE, a Ucrânia terá de fazer muitas reformas, mas fica ainda o aviso: a adesão dependerá também da capacidade da união para acolher novos membros.