Guerra Rússia-Ucrânia

“11 em cada 12 vezes em que ocorreu um movimento destes nos preços do petróleo, acabámos por ter uma recessão”

A avaliação de uma analista de mercados aos impactos do conflito russo-ucraniano.

“11 em cada 12 vezes em que ocorreu um movimento destes nos preços do petróleo, acabámos por ter uma recessão”

De acordo com a analista Catarina Castro, o aumento do valor do barril de petróleo e as oscilações nos mercados são “uma consequência que estamos a ter da imposição das sanções, que eram importantíssimas que acontecessem, mas que, com o atrasar ou o não chegarmos a uma solução de um ponto de vista geopolítico, faz com que estas sanções comecem agora a ter consequências que têm de ser muito bem monitorizadas para o lado ocidental”, alertando para um “risco de recessão”.

“Desde 1945, 11 em cada 12 vezes em que ocorreu um movimento destes no escalar de preços do petróleo, acabámos por ter uma recessão nos próximos seis, oito meses”, diz, apontando que “tudo isto está a criar um impacto nocivo ao Ocidente”.

Catarina Castro considera que a desvalorização da moeda russa “é uma consequência natural”, pelo que “a bolsa russa tinha mesmo de ser encerrada, porque era parte integrante de vários índices de referência”.

“A semana passada fomos tendo correções nas principais bolsas e este agitar de risco a aumentar de dia para dia, mas, desde sexta feira, o que preocupa os investidores é o efeito boomerang, é nós acolhermos uma recessão, derivado não só da imposição de sanções que estão a acontecer sobre a Rússia, mas também ao atrasar e agudizar deste conflito geopolítico, que se previa que fosse mais a curto prazo e com hipótese de solução”, aponta, pelo que, “com o passar do tempo, o efeito boomerang está a acontecer”.

A analista aponta ainda que “o mercado interbancário, onde os bancos se financiam, está a dar sinais de algum nervosismo, que não se via desde a segunda vaga da pandemia”.