Os comentadores SIC, José Milhazes e Nuno Rogeiro, analisaram, esta quinta-feira, a atualidade da guerra na Ucrânia, no Jornal da Noite.
Nuno Rogeiro mostrou uma fotografia de um soldado ucraniano no complexo de Azovstal.
“Ele recebe a luz como se fosse uma dádiva, mais um dia de vida”, diz o comentador SIC.
Esta quinta-feira, renderam-se centenas de militares ucranianos que estavam dentro da fábrica de Azovstal.
José Milhazes disse que os soldados que se encontram dentro da fábrica podem estar a preparar uma surpresa aos russos.
“Primeiro, os russos mudam as condições acordadas com a Ucrânia por intermédio das Nações Unidas e da Cruz Vermelha e isto poderá trazer surpresas […]. Os militares que estão dentro de Azov, aqueles que restam, duvidam que a Rússia os vá poupar e prometem uma surpresa, mas não avançam pormenores. Nós podemos imaginar, embora seja muito difícil, uma ação de desbloqueamento. Isso seria muito difícil, muito arriscado, mas a ser realizado e a ter êxito, seria […] um murro nas tropas russas”, explicou o comentador SIC.
Nuno Rogeiro disse que “a regra que estava combinada é que todos os homens iriam para território ucraniano […]. Aparentemente a Rússia quer transferir alguns deles para Taganrog, uma pequena cidade em Rostov, que já é território russo. Isso não fazia parte dos planos. É evidente que neste momento há uma garantia para os ucranianos, é que todos aqueles que estão a sair, estão a ser registados pela Cruz Vermelha Internacional e não pelo Estado-Maior russo”.
Sobre qual será o próximo passo da Rússia em relação à guerra na Ucrânia, Milhazes afirmou que os russos vão continuar a invasão.
“Ao que tudo indica é para continuar e durante muito tempo. Os russos começam a abrir trincheiras, valas […] é sinal de que o conflito está para durar […]. Esperar conversações de paz ou de cessar-fogo para breve continua a ser uma ilusão”, disse o comentador.
Nuno Rogeiro explicou que “o porta-voz do Kremlin disse hoje [quinta-feira], interrogado pelos jornalistas, que embora a Rússia não queira ocupar a Ucrânia, quer ouvir a opinião das pessoas que estão nos territórios que está a ocupar. Deu já a entender que a Rússia está a preparar um plano para ir perguntar às pessoas que invadiu: estão a gostar da invasão? Tudo isto nos faz lembrar o que aconteceu na Crimeia em 2014”.
“Um invasor só pode ganhar legitimidade se sair do sítio que invadiu. Não é fazendo referendos à boca das urnas e à boca das armas”, afirmou o comentador.
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