Guerra Rússia-Ucrânia

“A propaganda russa está tão má”: cartazes para celebrar o Dia da Vitória usam imagens nazis e americanas

A análise de José Milhazes e Nuno Rogeiro.

“A propaganda russa está tão má”: cartazes para celebrar o Dia da Vitória usam imagens nazis e americanas

A poucos dias de celebrar o 9 de Maio, dia da Vitória russa contra a Alemanha Nazi, as ruas enchem-se de propaganda. Mas as imagens escolhidas são, segundo José Milhazes, comentador da SIC, mal escolhidas. Também Nuno Rogeiro destaca a utilização de imagens de Mariupol antes dos ataques nos vídeos partilhados por Moscovo.

“A propaganda russa está tão má. Eu estou-me a rir porque não dá para outra coisa: ‘Pela nossa vitória’ e vê-se soldados a levantar a bandeira vermelha à esquerda, mas isto é uma foto americana”, afirma enquanto mostra a imagem de um cartaz russo.

Num outro exemplo, aparece uma fotografia “a glorificar o exército vermelho, mas quem está lá são soldados nazis a marchar”. “Estes homens que estão aqui, [onde se lê] ‘eles lutaram pela pátria’, são pilotos nazis, não são pilotos soviéticos.”

Nuno Rogeiro partilha informações de que a Rússia está a preparar uma marcha na cidade tomada de Mariupol para comemorar o 9 de Maio. E destaca o momento de inauguração de uma estátua em homenagem a uma idosa que “terá confrontado as tropas ucranianas com uma bandeira da União Soviética”.

“Esta senhora já veio dizer que está na Ucrânia, num hospital em Kharkiv, que usou a bandeira porque achava que os soldados eram russos e ela queria fazer com que não atacassem a sua casa. Diz que lhe destruíram a casa com morteiros”, conta Rogeiro.

O vídeo foi captado num parque que foi poupado aos ataques, situado a norte da cidade e as imagens aéreas que aparecem mostram a cidade antes dos bombardeamentos.

O pedido de desculpas de Putin a Naftali Bennett

Rogeiro e Milhazes comentaram também o pedido de desculpa do Presidente russo, Vladimir Putin, ao primeiro-ministro israelita devido às afirmações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, sobre a origem judia de Hitler.

“Isto não foi só uma posição pessoal do senhor Lavrov, foi uma também uma posição institucional do Ministério que é uma coisa espantosa. Aquela história do Hitler ser meio judeu também apareceu no site dos Negócios Estrangeiros”, afirma Rogeiro.

Milhazes destaca que o pedido de desculpa a Naftali Bennett foi apenas anunciado pelo primeiro-ministro israelita e não fazia parte do comunicado divulgado pelo Kremlin.

“Na página do Kremlin, quando lemos o comunicado sobre a conversa com o primeiro-ministro israelita não vem nada sobre o pedido de desculpas. Nós só temos a versão do primeiro-ministro israelita.  Mas se não aparece o conteúdo, significa que alguém está a esconder dos russos que Putin pediu desculpa aos israelitas”, afirma.

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