Ao fim de três meses de guerra, as cidades na Polónia e República Checa, que acolheram refugiados da Ucrânia enfrentam novos desafios, como a falta de casas, escolas e empregos. Outro problema é o alojamento de refugiados em hotéis, que põe agora em causa as reservas dos turistas.
Com os ucranianos a cruzarem a fronteira para fugir da guerra, a população de quase 200 mil habitantes da cidade de Rzeszow, na Polónia, aumentou quase 50%. O custo de vida disparou, faltam escolas, empregos e casas para os refugiados, na maioria mulheres e crianças.
A Polónia acolheu mais de um milhão de pessoas e três meses depois da invasão acusa dores de crescimento. O Governo polaco assume que há problemas, mas sublinha que deu mais de 280 milhões de euros para apoiar os custos com alojamento.
“Há problemas? Claro que há problemas, e haverá sempre porque são medidas novas. Muitos governo locais tiveram de tomar novas medidas processuais. Mas estamos a tentar doar os fundos que pediram o mais rápido possível”, diz Pawel Szefernaker, ministro polaco da Administração Interna.
Já o autarca de Varsóvia acusa o Executivo de falta de estratégia. “Precisamos de assistência direta porque o governo não tem nenhuma estratégia. Muito do que veem na Polónia é baseado na improvisação”, diz.
Um hotel nos arredores de Rzeszow tem sido morada improvisada para refugiados, mas com a chegada do verão o proprietário queixa-se que ainda não recebeu ajuda e precisa dos quartos para as reservas dos clientes.
“Voltaremos a ter casamentos dentro de pouco tempo. Alguns convidados reservaram quartos no andar de cima. Não vou mandá-los embora mas já estou à procura na minha zona de outro sítio para o alojar durante os casamentos e depois irei buscá-los”, diz o proprietário.
O mesmo problema enfrentam as zonas turísticas da República Checa. Com a guerra no leste da Ucrânia sem dar tréguas à medida que o tempo passa aumentam os desafios de uma assistência humanitária sem prazo para acabar.
Recorde-se que desde o início da guerra na Ucrânia, mais de seis milhões de pessoas fugiram do país, naquela que é já a maior crise de refugiados da Europa desde o final da II Guerra Mundial.
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