O Ministério da Defesa russo pediu quarta-feira à comunidade internacional, incluindo a ONU e Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que retirem com urgência os civis ucranianos das zonas de Kramatorsk e Sloviansk, na região do Donbass.
O diretor do Centro de Controlo da Defesa Nacional russa, Mijail Mizintsev, fez este apelo face à “ameaça de uma situação humanitária catastrófica com inúmeras vítimas entre a população civil de Kramatorsk e Sloviansk”.
Portanto, indicou, as organizações internacionais devem “adotar imediatamente todas as medidas para retirada rápida e segura de civis dessas cidades sob controlo de unidades do Exército ucraniano”.
Mijail Mizintsev assegurou que no “agrupamento Kramatorsk-Sloviansk, como aconteceu em Mariupol”, o exército ucraniano criou “um distrito fortificado” com uma área de 170 quilómetros quadrados com as reservas necessárias de armas, munições, combustível, alimentos e medicamentos.
De acordo com Mijail Mizintsev, mais de 90 mil pessoas encontrar-se-iam retidas em Kramatorsk e Slaviansk, incluindo as instalações de uma dúzia de fábricas e empresas.
Kramatorsk é considerada a praça principal do Exército ucraniano na região de Donetsk, enquanto Slaviansk, um importante centro ferroviário, é onde a revolta armada pró-Rússia se iniciou no Donbass em 2014.
Após mais de dois meses e meio de conflito, o exército russo não conseguiu controlar o Donbass, onde estão localizadas as unidades ucranianas mais experientes.
As tropas russas estão a tentar avançar da região vizinha de Lugansk para o leste e de Kharkov para o norte, embora nessa direção os destacamentos ucranianos pareçam ter forçado o inimigo a recuar.
As milícias pró-Rússia garantiram esta quarta-feira que têm “as mãos livres” para tomar definitivamente a siderúrgica de Azovstal na cidade portuária de Mariupol, na qual ficariam barricados entre mil e dois mil combatentes ucranianos, após a retirada dos últimos civis.
Durante o seu discurso na segunda-feira do Dia da Vitória, o Presidente russo, Vladimir Putin, não se referiu à evolução da “operação militar especial”, que descreveu como um ataque “preventivo”.
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