Apoiantes de Alexey Navalny, líder da oposição russa atualmente preso, apelaram esta segunda-feira à “desobediência civil” da população russa em protesto contra a invasão da Ucrânia ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin.
“Devemos mostrar que não apoiamos esta guerra sangrenta. Apelamos à desobediência civil de todos os russos”, disseram os opositores Iván Zhdanov e Leonid Vólkov, atualmente no exílio, num vídeo publicado na conta de Navalny na rede social Telegram.
“Putin declarou guerra à Ucrânia. Além disso, ameaça o mundo inteiro com armas nucleares e tenta fazer todos acreditarem que foi a Rússia que atacou a Ucrânia – ou seja, nós. Mas não é o caso”, afirmaram os opositores.
Zhdanov e Volkov pediram aos militares que “não cumpram ordens criminosas”.
“Se tu trabalhas para o Estado e podes recusar, recusa. Se tens conhecidos que acreditam na propaganda, conversa com eles e convence-os. Se estás pronto para te exprimires nas redes sociais, expressa-te, protesta, sai”, apelaram.
O Presidente russo qualifica a invasão da Ucrânia de “operação militar especial” e a imprensa controlada pelo Kremlin replica esta expressão, bem como os argumentos de Putin.
Enquanto isso, na Rússia, os protestos contra a guerra na Ucrânia continuam e acumulam-se casos de abuso policial.
De acordo com o portal OVD-info, uma organização especializada em monitorizar prisões e defender detidos, a polícia russa fez um total de 6.416 prisões desde 24 de fevereiro.
Nesta segunda-feira, a polícia prendeu pelo menos 387 manifestantes em 13 cidades russas, a maioria (202) em Moscovo, enquanto em São Petersburgo 164 pessoas foram presas.
Especial Conflito Rússia-Ucrânia
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