Mais longe da região de Kiev, outras cidades ucranianas estão a ser bombardeadas ou já estão sob ocupação das forças russas. Em todas, convivem o medo e a vontade de resistir.
Kherson é uma cidade no sul da Ucrânia, um importante porto do Mar Negro. É a primeira grande cidade do país a cair nas mãos das tropas de Moscovo.
Já Kharkiv, a antiga capital, mantém-se em mãos ucranianas, mas foi alvo de vários bombardeamentos que atingiram pelo menos três escolas, uma catedral e várias lojas, provocando vários mortos.
Na cidade de Zhytomyr, no centro do país, os mísseis russos devastaram também vários edifícios. Zhytomyr paga o preço de estar praticamente ao lado de uma base aérea ucraniana.
Na pequena vila de Gorenka, Pjotr Vyerko, professor de francês, com 81 anos, diz que não tem medo de lutar contra os soldados russos. Durante a noite, as forças russas bombardearam a vila. A casa que Vyerko construíu ao longo de 30 anos ficou parcialmente danificada.
Em 2014, quando o conflito começou no leste da Ucrânia, o professor comprou uma arma. Agora, anda pela vila com a espingarda, pronto para defender a sua casa das tropas invasoras que estão a apenas a um ou dois quilómetros a oeste da vila.
Nas cidades onde a guerra ainda não chegou, poucos duvidam que, mais cedo ou mais tarde, estarão também sob domínio russo. E enquanto não chega o inimigo, que não é bem-vindo, dificulta-se o seu acesso à cidade.
Do lado oposto do país, em Lviv, a guerra ainda não chegou. Muitas mulheres têm fugido para esta cidade depois dos ataques russos. Nos abrigos, choram junto aos familiares que estão por perto, mas também pelos que estão longe.
