Guerra Rússia-Ucrânia

Ataques em Kiev: “Isto é um insulto não só a Guterres, mas também às Nações Unidas”

Análise de José Milhazes e Nuno Rogeiro sobre a guerra na Ucrânia.

Ataques em Kiev: “Isto é um insulto não só a Guterres, mas também às Nações Unidas”

António Guterres esteve esta quinta-feira em Kiev para se reunir com o Presidente Zelensky. No mesmo dia, a capital ucraniana foi alvo de ataques que atingiram edifícios residenciais. José Milhazes e Nuno Rogeiro analisam os acontecimentos do dia no conflito entre a Rússia a Ucrânia.

Para José Milhazes, os ataques na capital ucraniana durante a visita do representante das Nações Unidas é “uma pouca vergonha”.

“Isto é um insulto não só a Guterres mas também às Nações Unidas. É uma humilhação a Guterres, que alguns esperavam que fosse feita em Moscovo, mas foi feita em Kiev para ser maior. Isto só mostra, uma vez mais, que António Guterres foi tarde e a más horas a Moscovo e a Kiev. E a comunidade internacional deve ter tudo isto em consideração quando fala com os dirigentes russos”, diz o comentador da SIC.

Também Nuno Rogeiro entende estes ataques como uma “clara provocação”, mas sublinha que o alvo do bombardeamento era uma cadeia de fábricas que produz armas. “Mas falharam, mais uma vez”.

“Há uma clara provocação: primeiro, Moscovo sabia que Guterres estava em Kiev a falar sobre a conversa com Putin, que se estava a discutir a questão dos corredores humanitários e da possibilidade de um cessar-fogo. Não é só uma clara provocação, mas é um engano dirigido a António Guterres”, afirma Rogeiro.

Sobre a possibilidade de estabelecer corredores humanitários para retirar os civis e militares ucranianos que estão na fábrica Azovstal, em Mariupol, nenhum dos comentadores mostra confiança de que se irão realizar.

“Os corredores humanitários serão um milagre se funcionarem”, diz Milhazes, sublinhando que “os ucranianos queriam que saísse toda a gente mas os russos não vão permitir isso nunca”. “Estou perfeitamente convencido que mais uma vez esta ideia dos corredores humanitários vai falhar.”

Já Rogeiro lembra que a cidade de Mariupol está a viver “catástrofes atrás de catástrofes”. Lembra a centenas de civis e militares que estão feridos e destaca o bombardeamento a um hospital de urgências.

“É sobre isto que o mundo tem que olhar. Podemos dizer: houve outras catástrofes no mundo? Sem dúvida. Houve outros crimes? Sem dúvida. Houve outros dramas? Sem dúvida. Mas este é aquele que temos de resolver agora”, remata.

CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA

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