O presidente da Câmara da cidade ucraniana de Mariupol disse que se registam “combates violentos” em Azovstal, siderúrgica onde milhares de militares e civis procuraram refúgio das forças russas, apesar de Moscovo ter garantido que não atacaria.
“Infelizmente, há combates pesados em Azovstal hoje”, disse Vadim Boitchenko à televisão ucraniana, acrescentando que o contacto com os combatentes ucranianos no local foi perdido, pelo que não é possível saber o que está a acontecer “com exatidão”.
Segundo o autarca, a Rússia está a usar artilharia pesada, tanques e aviação nesta ofensiva, assim como “navios que se aproximaram” da costa, sendo que Azovstal fica na zona costeira do mar de Azov.
“Os nossos combatentes são corajosos e estão a defender a ‘fortaleza’, mas é muito difícil”, afirmou à televisão ucraniana, adiantando que, “depois de conter o inimigo” durante semanas, os últimos soldados entrincheirados na cave do imenso complexo metalúrgico de Azovstal “tornaram possível ganhar algum tempo”.
Vadim Boitchenko assegurou, mais uma vez, haver “centenas de civis” na fábrica, incluindo “mais de 30 crianças à espera de serem resgatadas”.
Um comandante ucraniano do regimento Azov que está a defender a fábrica siderúrgica disse, na terça-feira, que os russos lançaram um “poderoso ataque” ao local, mas o Kremlin (presidência russa) negou hoje esta informação.
“A ordem foi comunicada (a 21 de abril) publicamente pelo comandante em chefe (Vladimir Putin) anulando todos os assaltos (militares). Não há nenhum assalto” atualmente, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O porta-voz da Presidência russa acrescentou que as forças de Moscovo que cercaram as instalações da fábrica só atuam “no sentido de, rapidamente, pararem as tentativas” de posicionamento de tiro por parte dos combatentes ucranianos.
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